O propósito deste artigo é refletir sobre a
função da liturgia contemporânea frente a adoração
coletiva conduzidas pela igreja segundo a Bíblia.
Culto traduz-se uma palavra grega (latreia) que aparece cinco vezes no Novo Testamento. Na Almeida Revista e Atualizada 2ª Edição, é traduzida “culto” em João 16:2; Romanos 9:4 e 12:1 e
“serviço(s) sagrado(s)” em Hebreus 9:1 e 6. Significa serviço. Pode ser o
serviço de obediência a Deus em geral, ou pode se referir, como nas duas citações
em Hebreus 9, aos atos específicos de louvor dirigidos a Deus. A palavra “culto”,
como conhecemos em português é originária do latim, significando adoração,
devoção, homenagem ao soberano e supremo Deus.
Depreendemos
pela definição do termo culto que
convencionalmente deve existir um propósito de gratidão e
exaltação (Sl 103. 1-5; 116.12-14; 1 Pe 2.5); uma postura de espiritualidade,
sinceridade e pureza (Jo 4.23-24; Rm 12.1; Mq 6.6-8) e um ambiente de
reverência, concentração e harmonia (Ec 5.1; Mt 5.23-24) para que o homem
preste culto a Deus.
Ao longo da história da igreja houve organizações e discussões em torno da forma e composição do culto que a cristandade deveria oferecer a Deus e apresentar essa razão aos homens – por este prisma a liturgia teria uma função devocional e evangelística. Deste modo houve elaboração de cerimônias, criação de rituais e maneiras de conduzir e apresentar o culto. Essa roupagem externa do culto público configurou e denominou-se liturgia.
Ao longo da história da igreja houve organizações e discussões em torno da forma e composição do culto que a cristandade deveria oferecer a Deus e apresentar essa razão aos homens – por este prisma a liturgia teria uma função devocional e evangelística. Deste modo houve elaboração de cerimônias, criação de rituais e maneiras de conduzir e apresentar o culto. Essa roupagem externa do culto público configurou e denominou-se liturgia.
O
culto religioso de sua igreja pode não ser o seu culto em forma litúrgica; mas um
culto oferecido pela igreja local que reverencia a Deus deve complementar nossa
adoração individual, pois só na igreja é possível desfrutar da comunhão dos santos e desenvolver-se
como membro do corpo de Cristo (Mt 18.20; At 4.31; Ef 5.19; Cl 3.16).
Os principais elementos que devem compor a adoração (não estou me referindo a formas de adoração) coletiva da igreja local
são: 1º) devoção (Sl 116.17); 2º) decência e ordem (1 Co 14.37-40); 3º) edificação do corpo de Cristo (1 Co 14.26). O culto espiritual que a igreja oferece à Deus é transcendental e ao mesmo tempo experimental. O Grande Deus é adorado pelos homens e as pessoas são agraciadas com toda a sorte de bençãos de Sua bondade e misericórdia!
A liturgia é considerada por várias denominações cristãs, como um ofício ou serviço indispensável e
obrigatório. Isto porque estas Igrejas cristãs
prestam essencialmente o seu culto de adoração a Deus através da liturgia. Para elas, a liturgia tornou-se, em suma, no seu culto oficial e
público. Particularmente concordo que todo culto oficial de uma
igreja carece de uma liturgia – mas adoração é outro capítulo do qual
liturgia será apenas um detalhe, pois há outros elementos de mais
intimidade que terão mais peso.
A
liturgia não presta culto, apenas organiza sua condução visível e racional.
É
um erro sacralizar a liturgia; tem gente que vai ao culto, mas que
não presta culto – porque culto não é simplesmente ir à igreja e muito
menos participar apenas da celebração. Mesmo assim, a liturgia por mais
informal e descontinuada que seja; ou por mais organizada e bem elaborada que
se apresente - sempre vai existir; precisamos dela enquanto igreja local nas nossas
reuniões regulares.
É
verdade que o culto em essência não é propriedade de uma denominação e seus
sistemas litúrgicos. Antes, o culto deve ser a expressão de vida e
razão de existir da própria igreja (composta obviamente por seus
integrantes locais: 1 Co 1.2) – pelo menos é o que a eclesiologia ensina.
Poucas
igrejas pentecostais e neo-pentecostais adotam um modelo; uma condução fixa da
ordem e da composição de seus cultos de adoração (cântico, oração,
testemunho, oferta, pregação). O espontâneo às vezes ganha força nessas
reuniões. Alegam que a liturgia gera rotina e que a prévia programação de um
culto restringe a ação do Espírito por ficarem os dirigentes subordinados
a um roteiro de ações de direção daquela reunião.
Acredito
que nem uma liturgia histórica e ritualística e nem
um culto público com arranjos de espontaneidade em seus extremos são boas.
Equilíbrio é a palavra chave que deveria regulamentar muitas coisas da vida
cristã e da eclesiástica. Já que liturgia se faz necessária em nossas
reuniões de culto; então que seja ela espiritual, ordeira, descente e
edificante em seus propósitos (1 Pe 3.18); já que a essência do culto depende
das pessoas que se dizem igreja.
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