Esse evangelho fácil de bênçãos
financeiras e com um rarefeito teologismo que beira um fisiologismo cristão,
obviamente está desvirtuado em sua natureza bíblica e cristã. O núcleo da
natureza e da mensagem contemporânea do mundo evangélico está comprometido. O problema é exatamente de natureza. É outro
evangelho – esse é o problema!
O
evangelho do momento prega e promete bênçãos materiais baseado numa
relação de exercício parcial da mordomia
cristã que deve retornar como mordomias para o cristão. A relação de dar e de
receber está centrada na contribuição; garantem os proponentes da teologia da prosperidade.
Essa visão interpretativa estimula um
tipo de mercantilismo – de troca com Deus. Na teologia bíblica isso não
existe!
Os
mensageiros da prosperidade prometem sucesso absoluto e até imunidade a doenças.
Um pseudo-evangelho de ascensão e de superioridade total. O perfil deste
evangelho de meias verdades não é marcado pelo amor e humildade – e sim pela
realização financeira e social – é mais um produto desenvolvido por homens
gananciosos comprometidos com o humanismo enraizado neste século.
Os
arautos da realização material não pregam renúncia, santidade, a volta de Jesus
e muito menos o céu; afinal estão muito bem aqui nesta terra de materialismo
que realça o capitalismo que para se manter estimula o consumismo. É um “evangelho
de teologia torta” formatado pela ignorância (ou conveniência) de uma exegese
execrável e míope – e que não é bíblico em sua essência, amplitude,
profundidade e consistência.
Só
posso associar o momento catastrófico deste perfil evangélico repugnante do
século XXI ao da igreja de Laudicéia. Aqueles crentes pensavam serem ricos, mas
diante de Jesus estavam cegos, em nudez e em miséria. A pior revelação, a mais triste realidade para uma igreja cristã é
descobrir que Jesus não está no seu meio, e que Ele não aprova sua mensagem e
que abomina o seu comportamento de vida. Para alguns em Laudicéia houve
arrependimento; as palavras do Senhor tocaram seus corações e mudaram a maneira
de pensar e viver. Para outros: voltar a
viver o genuíno evangelho seria prejuízo.
Uma leitura séria do Novo Testamento revela outra
realidade de vida cristã em que nem todos serão ricos das posses deste
mundo; onde uma parte não vai gozar de perfeita saúde; em que alguns não terão
o respeito e admiração dos outros; onde outra parte será perseguida pela
opinião pública e para alguns finalmente lhe restarão apenas à esperança crível
da vida eterna.
A
realidade bíblica da vida cristã nos moldes do verdadeiro Evangelho não
agrada a maioria de nós evangélicos. Pois é verdade que contrasta vontades; que
combate vaidades; que não preconiza o monetário; que não se socializa; que
esmiúça egos; que açoita futilidades; que desmancha penduricalhos espirituais; que
condena pecados; que desmitifica homens; que põe à prova novas revelações e que
verticaliza a relação entre os homens e Deus.
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