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Reflexões acerca do mundo cristão.

domingo, 21 de dezembro de 2014

MISERÁVEIS NO NATAL PELA FALTA DE JESUS!

O natal de Jesus Cristo é uma celebração rica e cheia de significados para os que entendem a razão da comemoração. Mesmo que Ele não tenha nascido em 25 de dezembro, a data ocidental, celebra o fato de seu nascimento, relembra a indescritível graça dos céus. Tal riqueza do natal de Jesus é expressa não em poses, presentes, pompas e banquetes; antes, farta de sentido bíblico, realização profética e caracterizada pelo desejo de Deus em oferecer o maior e melhor presente que a humanidade já pôde receber – o seu próprio filho.

Mesmo com todo peso redentor e com tantos sentimentos de boa vontade envolvidos no natal, há os que se fazem pobres pela negligência de observar e viver sob os auspícios do verdadeiro Espírito do Natal (leia-se Espírito Santo). Pessoas que na pobreza da alma carente de Deus e daquela salvação anunciada no natal de Jesus, não admitem o estado crítico de suas vidas e muito menos reconhecem a condição trágica de suas existências. A miséria do ser em meio à fartura do ter é a prova contundente de uma geração afastada de Deus e insensível a sua voz e dádivas disponíveis para resolver essa triste situação.

É miserável no natal todo aquele que alegrado por presentes, acolhido por familiares em banquetes fartos, ignora o sentido dos favores e dons do natal de Jesus. A graça da ocasião retrata o ofertar, contempla os outros e mira no bem comum. O que temos oferecido ao próximo (aqueles que estão fora de nossos círculos) em nossas comemorações natalinas além de darmos presentes aos que gostamos e comes e bebes a quem convidamos? A verdadeira celebração do natal desafia-nos a romper a restrição cultural domiciliar da data, apregoa o sair da pompa e alcançar as "pastagens de Belém" demonstrando aos de fora a maior mensagem de todos os tempos: "nasceu o Salvador que é Cristo o Senhor!"

É carente no natal todo aquele que mesmo em família, não agradece a Deus, não louva ao Senhor pela realização do singular nascimento de Jesus. São pessoas que se dizem esclarecidas, mas nada agradecidas. Celebram o fato nas divisas de um “cristianismo cultural”, impessoal, pouco vertical e nada espiritual. Alegre-se sim com os seus, mostre-os a razão dos presentes e a verdadeira delícia do cardápio celestial – O pão da vida que desceu dos céus! Todos os significados bíblicos e cristãos do natal são muito mais que apenas entendimento, pois envolvem sentimento, participação e envolvimento por parte de quem o celebra.

É pobre no natal todo aquele que no egoísmo de sua experiência de vida, centra o universo em si, converge tudo aos próprios interesses e somatiza resultados apenas no material. Natal é data para também iluminar nossa vida à luz da de Cristo, realinhar nossa caminhada a do sereno Jesus; que um dia, deitado numa manjedoura com expressão de serenidade, trouxe a esperança de volta a todos nós. Miseráveis nos natais e pobríssimos na vida serão todos aqueles que ao se depararem com as escuras noites da jornada não se orientarem pela brilhante Estrela da Manhã; que ao atravessarem as longas jornadas da lida humana não desejarem pela luz e calor do Sol da Justiça.

Que façamos diferente, que sejamos ricos das graças do natal, apregoando suas mensagens de paz e vivendo sob a influência do Espírito de Emanuel – Deus conosco!

Feliz Natal a você e a toda à sua família!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

É PRECISO REPETIR: IGREJA NÃO É CINEMA, ESTÁDIO DE FUTEBOL E NEM RINGUE DE MMA!

Tem um pregador que o público jovem curte, ele é lá das bandas das Minas Gerais, já fez suas homílias com camisas de outros heróis, chapolim colorado e até mesmo fantasiado de super homem dentro da igreja em que serve como pastor. Ele faz isso na maior tranquilidade sem qualquer constrangimento, entendendo que pregar o Evangelho é quebrar paradigmas litúrgicos e dispensar a social indumentária evangélica - para atingir um único objetivo: atrair a atenção, principalmente dos jovens.  

Afinal, onde estamos buscando nossos referenciais de pregação ou estilo de vida cristã? Não usem o argumento: “ele está resgatando muitos jovens do mundo”. Ah é? Então justifica trazer os “heróis” do mundo para dentro da igreja? Significa que os fins justificam os meios? Não nos esqueçamos do rei Uzias que pensou de forma semelhante e foi leproso pelo resto da vida – só porque quis “contextualizar” e ampliar a função sacerdotal a si mesmo – o que não era permitido pelo Senhor Deus.

Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembléias solenes (Am 5:21)

Percebe-se uma verdadeira profanação dos locais de culto coletivo em muitas congregações. Infelizmente vários pastores, líderes e membros locais perderam o temor a Deus, ignoraram a sã consciência, rejeitaram a noção do que é absurdo ou impraticável nos âmbitos da igreja cristã. Estranha-me a promoção de campeonatos de MMA, festas juninas, transmissão de jogos de futebol, baladas para jovens e cinemas com exibição de filmes seculares dentro do templo ou nos limites da propriedade de igrejas, como se tudo isso fosse normal e aceito por Deus. Parece que voltamos no tempo e chegamos a quase dois séculos antes de Cristo quando o templo de Jerusalém foi profanado pelos sírios e macedônios – mas, com uma diferenciação ainda mais repugnante – agora, os profanadores são os de dentro da própria igreja. 

Acabarei com a sua alegria: suas festas anuais, suas luas novas, seus dias de sábado e todas as suas festas fixas (Os 2:11)

Algumas igrejas têm atraído os olhares da mídia secular não porque estão promovendo algum trabalho de importância social ou relevância comunitária – mas porque estão apelando ao ridículo e ao abominável. Aquela argumentação de que Paulo era um missionário estrategista e se fazia de fraco para ganhar os fracos, de gentio para ganhar os gentios e de judeu para ganhar os judeus a fim de evangelizá-los (1 Co 9:19-22) querendo com isso justificar esses sacrilégios em espaço separado à adoração – não se firma como interpretação sustentável e menos ainda absolve os "bem intencionados" que tudo fazem para promover a comunhão da igreja através de suas programações ímpias na casa do Senhor (deveriam ler o versículo 27 que encerra o mesmo capítulo citado anteriormente). Definitivamente não existe fundamento bíblico, justificativa evangelística ou razão cristã para se armar ringues de lutas marciais dentro dos templos; não há qualquer cabimento em transmitir jogos de futebol no interior da casa consagrada a Deus para culto. Ainda tem aqueles que estão transformando o templo em uma sala de cinema e abandonando a bíblia como livro texto do discipulado ao adotarem filmes de Hollywood como conteúdos de instrução cristã; a que ponto chegamos?

Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mt 15:8)

Parece que precisamos ser uma espécie de “macabeus cristãos” que venham a agir com as armas do amor, profundidade bíblica e autoridade dos céus – nos levantando contra essa falta de noção e ausência de temor; contra “homens sem fé” que montam “emboscadas no templo” e “maculam a casa de Deus”. Por trás de todos esses “discursos evangelistícos” e “koinoníacos” subsistem estratégias do mal, conceitos pós-modernos de que igreja é comunidade, sobretudo e somente no nível sociológico, influenciada pela cultura que a faz e cerca (e não pela bíblia), e conduzida pela compreensão do homem em seu tempo (e não pelo Espírito Santo). Se sua igreja adota esse modus operandi para a prática evangelística ou reforço fraternal, fale com seu líder, dialogue com seu pastor e tente em quanto a tempo para salvar os que ainda restam (Ap 3:2). 

E se não houver mudanças, ore e fale com Cristo Jesus – o cabeça da igreja (Ef 5:23), pois Ele não te deixará confundido sobre o que você terá que fazer a respeito.

SERVIR OU MANTER O DISCURSO DE AMAR?

Servir é uma das mais nobres missões cristãs (Mc 10:44), como entregar-se pela salvação dos outros, um dos ensinos mais pessoais de Jesus (Jo 10:11; 15:13). Infelizmente o que temos visto é uma desconstrução do perfil essencial de discípulo do Grande Mestre – através de crentes que não servem a ninguém, senão a eles próprios, sem qualquer humildade e ainda ressaltados por atitudes impositivas. Gente que mesmo na igreja, a postura revela o caráter egocêntrico de quem não está acostumado a servir, a ceder à vez, a pedir desculpas, a dar preferência, a ser gentil, a perdoar, a suportar e até a carregar as cargas de quem precisa – tudo isso é bíblico, mas quase nada é praticado; mas por quê? Porque não querem servir aos outros e nem seguir o padrão estabelecido por Cristo (Mt 20:28).

Se servir já nos é difícil, quanto mais humilhar-se diante do próximo.

Na verdade, nestes dias de evangelhos genéricos com suas proclamações de “super crentes”, de “prosperidades sem fim”, de “subjugadores de potestades” e de “príncipes e princesas”; nos inquieta o ensino de humilhar-se – desequilibra-nos em nossa “teologia de superioridade” aquela recomendação de oferecer o outro lado da face já atingida (Mt 5:39). As instruções que aplaudimos não têm nada a ver com fazer-se de servo para cumprir o verdadeiro Evangelho; na realidade, o que mais nos apetece são os tipos de “evangelhos” que classificam senhores, organizam cabeças, ordenam maiorais, revestem ungidos, estabelecem líderes, elevam astros e fazem brilhar estrelas – tais “boas novas” com tantos “TOPs e UPs” só não geram servos, é claro (Mt 23:11). 

Não generalizando, mas a atual postura supostamente cristã de não querer servir não é por um simples efeito de natureza cultural ou social da pós-modernidade – sobretudo é um problema de centralidade. Significa que enquanto formos egocêntricos jamais nossa vida será Cristocêntrica. Enquanto não tivermos Cristo como nossa razão de viver, tudo continuará girando em torno de nós mesmos (2 Tm 3:2) – nem que para isso tenhamos que escutar um “evangelho” cuja eisegese nos seja conveniente. A maioria de nós está há tanto tempo sem servir aos outros que quando o faz até estranha (leiam-se esses “outros” como aqueles que estão fora ou nas periferias de nossos círculos de amizades e fraternidade). A atitude de oferecer auxílio não era para ser uma exceção ou provocar alteração positiva de humor – deveria ser habitual e fazer parte de nossa convivência diária, sem distinções ou excepcionalidades.

As oportunidades de servir não estão somente em programas assistenciais como o dos Médicos sem Fronteiras, nas doações do Programa Criança Esperança ou naqueles carnês de contribuições missionárias que circulam nas igrejas. A prática do servir carece mostrar-se além das carteiras e das respostas financeiras; precisa ter rostos, nomes, sorrisos, lágrimas e abraços – precisa ser você in loco – e o melhor lugar pra começar a fazer isso é na rua, no ônibus, no trabalho, na escola e em qualquer local em que estivermos deveremos ser servos de Deus e do próximo!