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Reflexões acerca do mundo cristão.

terça-feira, 12 de julho de 2016

O QUE DEVE UM FAMOSO EVANGÉLICO FAZER QUANDO A "CASA CAI" PRA ELE?

O adágio popular “a casa caiu pra fulano”, alude a uma situação abrupta, adversa e irreversível na experiência de vida do sujeito envolvido em tal desventura. A consideração é aplicada geralmente a pessoas que avisadas de antemão, acerca de decisões e providências que deveriam tomar, não o fizeram e depois sofrem as inevitáveis conseqüências de tanta procrastinação (Jr 25:4; Lc 6:49). A “casa cair” pelo prisma bíblico – constitui-se como uma das formas de Deus tratar conosco direta ou indiretamente. 

O Altíssimo o poderá fazer diretamente quando permite suceder em nossa vida eventos que fogem ao nosso controle, mas que estão em conformidade com o Seu plano para o nosso amadurecimento e aperfeiçoamento (1 Co 10:13; Tg 1:12; Jr 29:11). Indiretamente, poderá o Santo de Israel por conta daquilo que inspirou e se fez registrar em sua Palavra (Bíblia sagrada); permitir ao homem escolher o próprio caminho e herdar de suas decisões resultados bons ou maus (Js 24:15; Gl 6:8-9).

Pra muita gente, o “cair na real” só acontece na base das “pancadas da vida”, ou numa linguagem evangélica – “colhendo o que plantou” (Gl 6:7). Infelizmente, na maioria das vezes queremos transformar uma cinzenta realidade com pinceladas coloridas de infantil ilusão. Preferimos adiar o que realmente importa para alimentar as extravagâncias de um famigerado ego que só busca fama, dinheiro e sucesso – mesmo que nos custe caro adiante, mas ignoramos. Adoramos acender holofotes para os outros, mas estamos por detrás do refletor, embrenhados numa escuridão de dúvidas, problemas e dilemas – mas, de modo inexplicável e inconsequente curtimos viver perigosamente, ainda mais fazendo pose de crente santão, de profeta ou profetisa de Deus.

Numa reflexão figurada, mas bíblica a “casa cai” para um crente quando este fundamenta sua fé em areia (Mt 7:26). Nos dias de Jesus não dava para construir uma casa ou um prédio sobre terreno arenoso – a fundação tendia a ceder e a estrutura ficaria comprometida por inteira; assim é também na vida cristã e em nosso relacionamento com o Salvador; pois se Cristo não for quem realmente nos sustenta e de onde recebemos apoio para os momentos de enchentes, ventos e tempestades (Rm 9:33; At 4:11-12; Lc 6:48; 1 Pe 2:5), a casa cairá sem dúvida.

A casa de muita gente famosa do meio evangélico está caindo, quer seja do ponto de vista espiritual, moral ou social – estamos em tempos de desmoronamentos e escombros daquilo que um dia ostentava fachada de modelo de vida cristã. Muitos tentaram erigir ministérios, carreiras, livros e Dvd’s que falam de Cristo, mas que jamais estiveram alicerçados nEle – e no sinótico de Mateus, isso é tolice (Mt 7:26).

Mas, depois que tudo ruiu alguns atentaram para a realidade que sempre os acompanhou: conseguiram se ver como realmente são, reconheceram que não são super crentes, que não tem super poderes, que não detém revelações mágicas para sucesso de coisa alguma; como também não possuem receitas para o casamento feliz dos outros, a prosperidade completa alheia, ou de qualquer unção extraterrena e absoluta sobre a vida de terceiros. Descobriram por duras penas que não podem continuar mantendo a mesma pose ou tocar com o mesmo discurso triunfalista do “seja feliz”, “você é um vencedor”, “não aceite”, “declare”, “profetize” e por ai vai. Quem me dera fosse à vida cristã estabelecida sobre o que eu declaro, sobre minha confissão positiva – seria muito mais fácil, mas vida cristã é realidade, e realidade como sinônima de verdade fere, confronta, machuca e até envergonha; pois desnuda das roupagens da mentira e descostura os uniformes do viver de aparências – a realidade é cruel com os casarios de faz de conta, e derruba mesmo! 

E agora que a casa caiu, o que fazer? Se arrepender para em seguida reconstruir sobre o alicerce dos sábios é o ideal chave (Ap 2:5); recomeçar é a atitude esperada por quem reconheceu onde errou e com quem errou. A carreira, a agenda, a pose e tantos outros afins exteriores; agora são desnecessários. A lavagem da alma e a renovação do espírito para o correto esquadrinhar da vida sobre Cristo Jesus é o mais importante agora. Alguns não conseguem abrir mão daquilo que acham que não deveriam perder – o estrelato gospel – tentam justificar as falhas, embalar uma isenção de culpa, incriminar somente a outra parte e tal. O recomeço nasce no íntimo e brota em casa, a profunda relação com o Senhor se dá no quarto (Mt 6:6); o sentido do prosseguir torna se visto no seio da família, entre irmãos e amigos que oram e torcem por você (Pv 18:24).

Sem julgamentos ou apontamentos, afinal – a casa já caiu. Mas, Deus reconstrói ruínas (At 15:16) e restaura brechas (Is 58:12); daí repito as palavras daquele que no pior momento de sua caminhada, em meio a lágrimas e pressões por todos os lados disse: “Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor (Lm 3:26)”.

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